Nos
últimos tempos se tornou comum o uso de suplementos intra-treino por
fisiculturistas e adeptos da musculação, como carboidratos (maltodextrina,
dextrose), com a finalidade de repor energia, e aminoácidos como BCAAS e
glutamina, para não ocorrer o catabolismo muscular. Essa idéia vem porque em
situações de estresse (brigas, rotinas, atividade físicas em excesso) o corpo
libera um hormônio chamado cortisol que é um hormônio catabolico, ou seja, esse
hormônio pode depletar a massa muscular. Porém, o erro está em desprezar os
efeitos benéficos da atividade desses hormônios, olhando
ingenuamente apenas pelo lado do catabolismo protéico.
Então
vamos lá, vou explicar para vocês!
Durante
o exercício ocorre aumento da concentração no sangue de glicose pelas
ações combinadas dos hormônios glucagon, adrenalina, noradrenalina e
cortisol. Esses hormônios promovem a glicogenólise (quebra do glicogênio em
glicose no fígado e no músculo) e a gliconeogênese (formação de glicose a
partir de aminoácidos livres no nosso corpo), dessa forma, vai aumentar a
quantidade de glicose disponível para usar como energia. A insulina vai ajudar
essa glicose a penetrar nas células. Então a insulina que estava disponível no
nosso corpo vai diminuir durante o exercício (para ajudar a glicose entrar nas
células), indicando que o exercício aumenta a sensibilidade das células a esse
hormônio, de modo que há necessidade de menor quantidade de insulina durante o
exercício em comparação com as necessidades do indivíduo em repouso. No
entanto, quando as reservas de carboidrato estão baixas, o corpo utiliza a
gordura como fonte de energia, então e a lipólise (quebra de gordura) aumenta.
Esse processo fica facilitado pelos baixos níveis de insulina durante o treino
e pelo aumento das concentrações de adrenalina, noradrenalina, hormônio do
crescimento (GH) e nosso querido, cortisol.
A
insulina é o grande inibidor da lipólise. Se a insulina aumentar (com o uso de
carboidratos) antes e durante a atividade física pode ocorrer a inibição da
lipólise. O uso de aminoácidos, como a leucina, também estimulam a
liberação de insulina, portanto o uso de suplementos como BCAAS e carboidratos
durante o exercício vão diminuir a lipólise, não só por
estimularem secreção de insulina, mas também porque uma maior oferta de
carboidratos durante o exercício vai alterar a proporção do uso dos
substratos (usando carboidrato ao invés da gordura) como fonte de energia.
Se você quer emagrecer a
preocupação do catabolismo proteico durante o exercício e a tentativa de
inibir ação do cortisol durante o treinamento de força são duas ações que
considero inválidas, não só pela redução da lipólise, mas também porque o
cortisol é um hormônio necessário nas adaptações ao exercício de força,
provavelmente atuando nos processos de reparação tecidual.
Finalmente, estudos
demonstram que em condições de estresse prolongado (um determinado exercício)
há diminuição da secreção de cortisol (após 30-45 minutos de exercício),
tornando infundado o medo de catabolismo muscular durante o treino.
Segundo Chris Aceto: ”Níveis elevados de cortisol permitem o efeito
máximo, tanto do GH como da adrenalina. GH e adrenalina estimulam o corpo a
quebrar a gordura corporal (lipólise).
Se os níveis de cortisol estiverem elevados, você quebra mais gordura do que se
eles não estiverem elevados. Cortisol também estimula a quebra das células de
gordura independente dos níveis de GH e adrenalina. As chances de um corpo
treinado inibir taxas elevadas de cortisol são muito maiores do que daquele
corpo estressado, acima do peso, e que não se exercita. Minha opinião sobre o
cortisol é de que, na realidade, ele é benéfico para entrar em forma”.
Entenderam?
BORA TREINAR!
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